120o Aniversário da Biblioteca Central de Macau

2015 marcou o 120o aniversário da Biblioteca Central de Macau, que testemunhou as mudanças culturais em Macau ao longo de mais de um século. Ao entrarmos num novo ano, a reorganização funcional das bibliotecas sob os auspícios do IACM e do Instituto Cultural (IC) foi completada passando o Departamento de Gestão de Bibliotecas Públicas do IC agora a assumir a responsabilidade pela nova rede de bibliotecas públicas.   


//Hong Fan Teng é um dos elementos mais experientes da biblioteca.

Cronologia de momentos importantes na história da Biblioteca Central de Macau


1895
Fundado o Liceu Nacional de Macau, tendo como anexo a Biblioteca Nacional de Macau, a qual foi aberta ao público.


1929
Construção de uma biblioteca no edifício do Leal Senado (actualmente, o Edifício do IACM) concluída.

1931
Designada de “Biblioteca Pública”.


1939
A Biblioteca Pública de Macau possui o seu próprio regulamento e regime.

1952
Renomeada como “Biblioteca Nacional de Macau”.


1957
Em cumprimento do testamento de Sir Robert Ho Tung, o Governo anuncia o estabelecimento da Biblioteca Sir Robert Ho Tung.


1983
Inauguração da Biblioteca de Coloane


1983
Iniciado o processo de estabelecimento da Biblioteca Nacional de Macau (sede) nas suas instalações actuais, na Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida. A Biblioteca do Leal Senado (actualmente designada de Biblioteca do Edifício do IACM) passa a dependência da Biblioteca Nacional.


1986
Entra em funcionamento a primeira Biblioteca Itinerante.


1988
Inauguração da Biblioteca de Mong-Há.

1989
Renomeada como “Biblioteca Central”.


1991
Inauguração do Centro da Biblioteca Itinerante da Ilha Verde

1994
Renomeada como “Biblioteca Central de Macau”.


1995
A Biblioteca Central de Macau é galardoada com uma Medalha de Mérito Cultural.


2012
Inauguração da Biblioteca do Mercado Vermelho.


2015
Inauguração da Biblioteca da Taipa.

No decorrer da sua longa história, a Biblioteca Central de Macau tem passado por uma série de reformas. Este ano passou a denominar-se Departamento de Gestão de Bibliotecas Públicas. A chefe da Divisão de Desenvolvimento de Recursos Bibliotecários, Hong Fang Teng, uma das bibliotecárias mais antigas, trabalha na Biblioteca Central de Macau há cerca de 30 anos. Ela descreveu a sua relação com a biblioteca como sendo por vezes mais próxima do que a que tem com a sua família. 

"Os livros são como as pessoas; ficam velhos e doentes e necessitam de atenção e cuidados; por exemplo, quando há traças de livros e bolor, os colegas da secção de restauro irão actuar como "médicos" e tratar os livros. Todos temos preferências diferentes quando se trata de comer, tal como com a leitura, e assim uma biblioteca deve seleccionar os seus livros de acordo com as preferências dos leitores e as tendências de publicação". O discurso de Hong Fang Teng revela a ligação estreita entre o livro e a família.

Hong Fang Teng visita bibliotecas e livrarias mesmo quando viaja a fim de compreender a cultura de gestão de bibliotecas noutros locais; por exemplo, as bibliotecas no Canadá tendem a reservar os espaços mais acolhedores para os leitores, enquanto as bibliotecas em Singapura tomam a iniciativa de se dirigirem aos leitores em vez destes esperarem na recepção e as bibliotecas em Taiwan prestam atenção ao estilo arquitectónico.  

Quanto às bibliotecas em Macau, ela considera que "muitas das bibliotecas em Macau se localizam em edifícios com valor histórico, o que parece não ser comum na Ásia; também se dedicam a explorar as características das diferentes freguesias e a integrar a leitura na vida quotidiana dos leitores; por exemplo, a Biblioteca Sir Robert Ho Tung integra géneros literários e artísticos enquanto a Biblioteca da Taipa se dedica mais a livros para crianças.
Durante o seu mandato na biblioteca, mencionou que antes de 1999 as colecções da Biblioteca Central de Macau eram principalmente em português e que um grande número de livros em chinês foi acrescentado às colecções após a transferência da administração de Macau. A biblioteca publicou a obra 450 Anos de Relações Luso-Chinesas durante o estabelecimento da R.A.E. de Macau, um catálogo de livros, jornais e outras informações bibliográficas sobre os estudos das relações sino-portuguesas, representando um marco para a biblioteca. 

A Biblioteca Central de Macau tem atravessado diferentes épocas e neste ano irá testemunhar novas mudanças. Hong Fang Teng acredita que a nova rede de bibliotecas públicas possui recursos bibliotecários integrados e irá permitir um maior desenvolvimento do espaço no futuro. Na sequência da fusão, as colecções das 17 bibliotecas irão complementar-se e ao mesmo tempo dar livre curso às suas características próprias. As bibliotecas irão ajustar as suas colecções à luz do desenvolvimento comunitário e das necessidades dos leitores; com o estabelecimento de temas específicos, os leitores irão ter uma noção clara da posição funcional de cada biblioteca. Por exemplo, as bibliotecas com uma maioria de utilizadores idosos irão ter mais livros sobre bem-estar físico e saúde, enquanto a Biblioteca do Patane alberga principalmente colecções relacionadas com cinema.  

Um número de bibliotecas públicas irão ser gradualmente construídas e abertas no futuro. Além disso, este ano o Departamento de Gestão de Bibliotecas Públicas irá substituir o seu sistema de automação bibliotecário e um serviço de biblioteca de 24 horas entrará em funcionamento experimental. Com a concentração de recursos, as bibliotecas de Macau irão continuar a desenvolver serviços diversificados para dar resposta às diferentes necessidades dos leitores.


//Biblioteca Central de Macau


//Biblioteca do Mercado Vermelho