Sem dar por ela, já vamos a meio do Verão. O tempo em 2020 voou como se nos tivesse sido roubado, mas os acontecimentos deste ano deixaram uma marca indelével na nossa memória: uma marca profunda, como no caso da batalha silenciosa e imparável contra a pandemia que teve lugar dia e noite nos hospitais, ou uma marca mais leve como no caso do distanciamento social derivado da necessidade de autoprotecção das pessoas e de um certo medo da pandemia. Felizmente, todos estes problemas acabarão por se resolver. Apesar de ser ainda necessário usarmos máscara, o sorriso que se esconde por trás desta é particularmente caloroso quando o sol brilha.

A transição de Macau para uma cidade inteligente foi várias vezes colocada à prova durante a pandemia. A resposta imediata do Governo da RAEM a esta crise deveu-se, em grande medida, à expansão do uso da “Smart City 2.0”, com base na acumulação de grandes quantidades de dados (big data) e na gestão de sistemas de informação. A Biblioteca Pública de Macau está igualmente a sofrer uma revolução no sentido de se tornar uma biblioteca inteligente. Nesta edição, apresentamos um resumo dos vários serviços e equipamentos inteligentes introduzidos na Biblioteca Pública nos últimos anos, evidenciando o modo como a leitura inteligente desempenha o seu papel no sistema central do “cérebro da cidade”.

Em “Fala o Autor”, Ye Nong, chefe do Departamento de Estudos de Macau da Universidade de Jinan, foi convidado a partilhar algumas histórias retiradas do seu mais recente livro, Relíquias de Estilo Europeu ── Seminário e Igreja de S. José. José. A coluna “Retrato da Biblioteca” apresenta uma entrevista com Wong Sio Mui, funcionária da Biblioteca Pública da Associação Comercial de Macau (também conhecida por Pavilhão Octogonal), uma biblioteca pela qual muitos passam sem dar atenção. Por fim, para quem tiver curiosidade sobre o novo Depósito Central, a secção “Paisagem de Leitura” propõe uma visão geral do mesmo através de várias fotografias.

Vale a pena lembrar este Verão extraordinário de 2020. Como diz o slogan de Os Livros e a Cidade, vamos continuar a explorar a “arte da leitura urbana” a qualquer hora e em qualquer lugar.